Arquitetura MVVM em aplicativos mobile com React Native
Entenda de forma didática como aplicar o padrão MVVM em apps React Native e quais benefícios ele traz para a escalabilidade e manutenção.
Arquitetura MVVM em aplicativos mobile com React Native
O padrão MVVM (Model-View-ViewModel) é uma das formas mais eficientes de estruturar aplicativos React Native, principalmente quando o objetivo é escalar o código sem perder a clareza entre camadas de interface, regras de apresentação e acesso a dados.
O que é MVVM?
MVVM é um padrão arquitetural que separa o aplicativo em três partes principais: • Model: representa os dados e regras de negócio, como entidades e repositórios. • View: é a interface do usuário (as telas e componentes React Native). • ViewModel: faz a ponte entre Model e View, transformando dados em estado pronto para exibição e lidando com ações do usuário.
Essa separação melhora a testabilidade, a legibilidade e o reuso de código, facilitando a manutenção e o crescimento da aplicação.
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Por que aplicar MVVM no React Native?
Embora React por si só incentive a separação de responsabilidades, projetos mobile crescem rapidamente e acabam misturando lógica de negócio com lógica de interface. O MVVM organiza o projeto de forma previsível e modular:
- Facilita testes unitários: a ViewModel é independente da interface.
- Reduz acoplamento: a View não conhece diretamente o backend.
- Melhora manutenção e escalabilidade: cada camada evolui sem afetar as outras.
- Ajuda na colaboração entre times: backend, frontend e design podem trabalhar de forma paralela.
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Estrutura sugerida
Uma estrutura mínima em React Native usando MVVM pode ser organizada assim:
/app
/modules
/feature
/domain → entidades e interfaces de repositório
/infra → chamadas de API, bancos locais, adapters
/ui → telas, componentes e ViewModels (hooks)
/core → utilitários, client HTTP e injeção de dependências
Essa divisão segue princípios da Clean Architecture, mantendo as dependências sempre da camada externa para a interna — nunca o contrário.
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O papel de cada camada
• Domain: define as regras centrais, as entidades e os contratos de dados. Nada aqui depende de React ou APIs. • Infra: implementa como os dados são obtidos (HTTP, SQLite, Firebase, etc.). • UI (View): controla a renderização e a interação com o usuário. • ViewModel: coordena ações, estados e fluxo de dados, mantendo a View simples e declarativa.
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Benefícios práticos
• Melhor testabilidade — é possível testar regras de negócio sem interface. • Maior reuso — lógica compartilhada entre telas fica concentrada na ViewModel. • Fácil substituição de backend — basta trocar o repositório, sem mexer na View. • UX mais previsível — estados centralizados evitam inconsistências visuais. • Integração natural com libs modernas — como Zustand, React Query e React Hook Form.
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Boas práticas
- ViewModel limpa: sem JSX ou lógica de renderização.
- View reativa: apenas observa o estado exposto pelo ViewModel.
- Tratamento uniforme de erros e loading.
- Acessibilidade (a11y): rótulos, foco e feedback visual bem definidos.
- Performance: evite re-renderizações desnecessárias com memo e FlatList.
- Testes automatizados: unitários no ViewModel, integração no Repository e e2e com Detox.
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Quando usar MVVM
MVVM é ideal para: • Apps com múltiplas telas e lógicas complexas. • Projetos que precisam crescer sem perda de clareza. • Times com papéis divididos (UI, backend, QA).
Em projetos pequenos, uma separação mínima já é suficiente — o ganho vem à medida que o app evolui.
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Conclusão
Aplicar MVVM em React Native é uma decisão arquitetural que traz clareza, testabilidade e consistência. Com uma boa divisão entre Model, ViewModel e View, o código se torna previsível e fácil de evoluir.
Em resumo: Views exibem, ViewModels pensam e Models armazenam. Essa tríade é a base de apps React Native escaláveis e profissionais.
Anderson Lima
Software Architect
I collaborate with founders and teams to design resilient architectures, accelerate launches, and create narratives that convert.
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